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#Notícias | 07/09/2023
Prédio da BPE comemora 101 anos
A instituição foi fundada em 14 de abril de 1871, durante o reinado de D. Pedro II, mas a sede só foi inaugurada em 7 de setembro de 1922.
No seu início, a Biblioteca ocupava uma sala no Atheneu Rio-Grandense, na rua Duque de Caxias, onde funciona hoje a escola Bom Jesus Sevigné.
Em 1915, já autônoma, a Biblioteca foi transferida para a sede atual na rua Riachuelo, esquina General Câmara — conhecidas como rua do Cotovelo e Rua do Ouvidor.
O prédio foi projetado pelos engenheiros das Obras Públicas do Estado Affonso Hebert e Teófilo Borges de Barros.
Tanto no exterior como em seu interior, a construção apresenta influência da doutrina positivista, utilizando vários estilos em sua representação. A fachada apresenta o estilo neoclássico, contornada com bustos do calendário positivista vindos da França, tais como Júlio César, Gutemberg e Descartes. Nas outras salas e salões, como o Salão Egípcio, Sala Borges de Medeiros e Salão Mourisco, diversificam-se os estilos, entre eles o rococó, egípcio, gótico e florentino.
A maioria dos trabalhos foi executada por Fernando Schlater e S. Incerpi (pintores) e Alfred Adlof, Eduardo de Sá e Giuseppe Gaudenzi (escultores). O mobiliário, aberturas e objetos de adorno foram desenhados pelos mesmos artistas e fornecidos pelas firmas Jamardo Irmãos e João Friederichs S.A.
Victor Silva, diretor da BPE na época, orientou o projeto e a decoração do prédio. Ele teria se inspirado na Igreja de Sainte Geneviéve, em Paris, que havia sido transformada em biblioteca.
O prédio da BPE foi inaugurado como parte das comemorações do Centenário da Independência, a 7 de setembro de 1922, e é por isso que os vitrais das portas e janelas são na cor verde.
Projetada para ser um espaço nobre de leitura, então privilégio de elites, o espaço foi projetado para refletir o progresso, a força do Estado e a influência da doutrina Positivista, que detinha inúmeros seguidores no Rio Grande do Sul, com Júlio de Castilhos (1860 – 1903), à frente.
O próprio governador Borges de Medeiros (1863 – 1961) utilizava a Biblioteca para despachar e fazer suas leituras diárias de jornais na sala que hoje tem seu nome.
Era comum a elite cultural e política gaúcha usar a BPE como ponto de encontro para discussões políticas e intelectuais, sediando apresentações de música de câmara, conferências e saraus poéticos. Porto Alegre almejava conquistar “o espírito da época”, como importante polo intelectual e político elite cultural, nos moldes da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
Em 1986 o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), e em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e é considerado um dos maiores tesouros arquitetônicos dos gaúchos.
Venha visitar a Biblioteca Pública do Estado e fazer parte dessa história! O funcionamento é de segunda a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h.
A Biblioteca Pública do Estado (BPE) é uma das instituições da Secretaria de Estado da Cultura.
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